quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ficção de Polpa 3 - Uma prévia

Esta semana, a Não Editora revelou a lista de autores do aguardado Ficção de Polpa 3. Esta edição contará com um diferencial: o conto em quadrinhos O quarto desejo, com roteiro de Guilherme Smee e arte de Jáder Correa. Guilherme Smee, além de editor da Não, já publicou contos em edições anteriores. Além dele, alguns autores já estiveram presentes em outras edições, outros não. Vamos a eles:

O quarto desejo, de Guilherme Smee (roteiro) e Jader Côrrea (arte)
Prédio, de Bruno Mattos
O pipoqueiro, de Frederico Cabral
Admirável mundo Monga, de Samir Machado de Machado
Recuperação, de Antônio Xerxenesky
Trabalho, chefe, gole de café, de Luciana Thomé
O anão, de Sérgio Napp
Indiferente à tragédia, de Fernando Mantelli
Carinhas coloridas, de Helena Gomes
Os melhores amigos, de Clarice Kovacs
Cricket, Larson, de Rafael Kasper
Ursinho de sonho, de Renato Arfelli
Fabulosas Inconsistências, de Felipe Kramer
Todas as cobras, de Emir Ross
Sonho de consumo, de Ubiratan Peleteiro
Pelos dentes da baleia, de Roberto de Sousa Causo
Os teus sapatos, de Marcelo Juchem
O corredor infinito, de Fábio Fernandes
Duas fábulas, de Lancast Mota
Pelo alívio dos enfermos, de Alessandro Garcia
No meio da noite, de Rodrigo Figueira
A vila das acácias, de Sílvio Pilau
Amor aos pedaços, de Rafael Spinelli
Um insalubre sozinho no escuro, de Cardoso

Como sempre, o livro trará uma faixa bônus, um conto traduzido de um autor essencial. Nesta edição teremos O portal do monstro, de William Hope Hodgson, publicado originalmente em 1910 no livro Carnacki the Ghost Finder.

A capa desta edição, ainda inédita, é de Daniel HDR. O lançamento do Ficção de Polpa - Volume 3 esta previsto para maio ou junho.


CARA CAROLINA ,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas pelo
Unicentro Belas Artes

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O Livro de Tunga e sua abordagem do Fantástico

Tunga

O Fabulário, além de ser um blog e uma revista de literatura, é também um grupo de discussão do fantástico nas artes. Nos últimos tempos, por inúmeros motivos, as discussões e pesquisas se fixaram mais no terreno da literatura. O maior responsável por isso talvez seja nosso pequeno rebento (A revista). Em segundo lugar, pode-se perceber pelos marcadores do blog, o cinema é outra arte bastante citada entre nós.

Compartilhamos entre os membros o desejo de falar de diversas outras artes cujo fantástico é fonte de alimento. Entre elas as Artes Visuais e a Música, e, quem sabe em momentos de mais desprendimento, o Teatro e a Dança. Mas como para nós, (e acho que posso falar por todos do grupo), palpite por palpite, opinião por opinião não é o que interessa como produto final, pode demorar um pouco esses assuntos chegarem por aqui.

Falar do que nos instiga, observar, debater abordagens e soluções em todo e qualquer gênero para se criar um repertório além dos clichês, dos caminhos pobres, ou até mesmo usá-los com consciência. Esse é o objetivo que acredito ser interessante.
Após o Luiz estrear a tag "música" fiquem com a estréia da tag "artes visuais"

Boa Leitura a todos


Xipófagas Capilares
Xifópagas Capilares


O Artista

Antonio José de Barros Carvalho e Mello Mourão ou Tunga, como ficou conhecido mundialmente, é um artista brasileiro nascido em 1952 em Pernambuco. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1974, onde cursou Arquitetura, atuando, porém, como artista plástico após se formar, ganhando diversos prêmios durante as décadas de 80, 90, que impulsionaram sua carreira.

Sendo um dos artistas contemporâneos mais conhecidos e elogiados atualmente, Tunga já fez exposições nos principais museus e galerias de todo mundo, incluindo o MoMA em Nova York, o Louvre em Paris entre tantos outros.

Suas obras que mais se destacam são geralmente esculturas e performances, que levam sua marca em acabamentos perfeitos, demonstrando sua grande dedicação no desenvolvimento de seus projetos.


Tranças das Xifópagas Capilares
Tranças das Xifópagas Capilares.

Para saber mais sobre o artista veja sua pagina no site do Itaú Cultural, ou ainda, leia duas de suas entrevistas no Jornal da Folha on-line aqui, e aqui.



O Pretexto

O novo projeto (não tão novo assim, já que foi lançado em 2007) A Caixa de Tunga é o pretexto inicial para essa postagem. A caixa traz uma coleção de livros com obras do artista, cada um com formatos diferentes, diversos papéis e camadas de impressões. Um item de colecionador de arte, que, como tal, teria o preço de um órgão humano no mercado negro. Porém, a Cosac Naify não o produziu para ganhar muita grana, mas apenas para comemorar os 10 anos da editora, e sendo assim, distribuiu os 500 exemplares impressos entre universidades (publicas e privadas) e bibliotecas de todo o país.

E se você já clicou no link ali, ou acessou em outra ocasião  a página d'A Caixa de Tunga no site da CosacNaify, já ficou sabendo que, além disso, os livros estão disponíveis em pdf para serem baixados por quem se interessar. Sem vender seu olho ou seu coração é fácil ter a caixa de Tunga em casa. Pode ser que a sua não seja imantada, nem que tenha camadas de verniz etc, mas quem liga? Esqueça o fetiche do papel e se divirta.

Mas caso você ainda queira sentir cada um dos livros, é só conferir a lista de bibliotecas que possuem um exemplar e ir na mais próxima de você: eu recomendo! Você vai se perder entre dobras e mais dobras, pôsteres e impressões tão boas que te colocam quase em frente a obra. (eu sei, é um exagero)
E se você gostar bastante e ficar triste por não poder ter um em casa, a Cosac já pensou nisso e colocou um link para o primeiro livro lançado na editora, pelo mesmo Tunga, o Barroco de Lírios.

Encarnações Miméticas

Encarnações Miméticas

Fotos do livro Encarnações Miméticas. Performance de mesmo nome.


"Cada livro desse seria uma espécie de barco num oceano, solto. Então, em cada momento, qualquer um dos leitores pode se tornar o capitão de um desses barcos e ir em direção a um outro barco e ocupar um outro barco e reformar a sua própria frota de pequenos barcos, que são esses livros. Quer dizer, eu vejo esses livros com uma certa independência e, ao mesmo tempo, com uma natureza muito próxima."
(Tunga em entrevista por Antonio Gonçalves Filho, também presente no site da "Caixa")


Performance Pequeno Milagre fotos do livro Se essa Rua fosse minha.


O Trabalho

Dois pontos a se ressaltar sobre a obra de Tunga são sua pesquisa e o processo de desenvolvimento.

Seus trabalhos tem como início, muitas vezes, fatos cotidianos, acontecimentos da sua vida ou a relação entre duas coisas diferentes. Um caminho comum também é a sua relação com outras áreas de conhecimento, como a literatura, filosofia, química e biologia que servem de alimento de pesquisa para suas obras. É nessa construção de relações que os trabalhos de Tunga são criados.

Seus projetos passam dessa idéia inicial para a pesquisa, da pesquisa para o desenho, e, a partir do momento que ganha o papel, ela se torna um ser vivo, pois o artista passa a desenvolvê-las, recriá-las e desdobrá-las no decorrer dos anos.


Desdobramentos da obra olho por olho


Com frequência, Tunga busca a ancestralidade, a história dos objetos, dando preferência a fontes mitológicas e ritualísticas de antigas civilizações. Seus objetos são deslocados no tempo trazendo dentro de si conceitos e marcas de lugares distantes.

A obra Olho por Olho é um bom exemplo do método de Tunga. No livro de mesmo nome, o artista conta que esta obra teve início quando ele encontrou dentes de leite de uma amiga de infância guardados em uma pequena caixinha e para surpreendê-la desenvolveu uma pequena jóia com os dentes incrustados e a presenteou.

No decorrer do desenvolvimento desse trabalho, Tunga pretendia um "restauro de uma mistificação dos dentes", gerida pelo fato destes terem uma grande importância ritualística nas antigas civilizações. Invocando uma aura mágica e estranha ao mesmo tempo, Tunga vai desdobrando esse trabalho com diversas combinações, entre desenhos, esculturas e performances. De imensos dentes de metal pendurados por enormes correntes a pequenos dentes de porcelana perdidos em um chão cheio de leite em pó. o artista brinca com jogos de palavras, ou transforma os dentes em um jogo de xadrez em escala humana, onde os visitantes podem escolher tomar o lugar de uma das peças para jogar.

Um outro trabalho de Tunga que teve início nos dentes é o filme Medula, que aparece também no livro Olho por Olho como um conto no mínimo estranho e uma sequência de fotos, que mostra um casal se preparando para uma festa. O marido vai fechando o longo vestido da esposa, porém os botões são dentes humanos.



frames de Medula presente no livro Olho por Olho



"Como duas coisas se encontram? O que acontece do encontro dessas duas coisas? Por que essas coisas se encontram? E como do encontro pode vir a se produzir uma terceira coisa que não está nem na primeira, nem na segunda. Uma questão de como dois corpos ocupam o mesmo lugar, ao mesmo tempo, e formam um terceiro sentido que não está nem em um, nem em outro."
 (Tunga)

Não pretendo com essa postagem colocar rótulos ou enquadrar artistas. O interessante de se falar da obra de Tunga é que não há nada explícito em sua construção. Seria muito fácil relacionar artistas que pintam fadas, elefantes cor-de-rosa ou coisa que o valha com a aura do fantástico e, sobretudo, seria um problema enorme. Se começar um caminho como este, pode-se pegar uma maquina de rotular e ir etiquetando todos os artistas da idáde média, os clássicos, todas as vanguardas e muitos artistas contemporâneos em gêneros (o que seria um erro e nada interessante). Por isso, meninos e meninas, tomem cuidado, isso serve tanto para Arte Visuais como para a Literatura.


DIOGO NOGUEIRA ,
é Designer Gráfico e ilustrador,
estudante de Artes Pláticas
no Unicentro Belas Artes


domingo, 18 de janeiro de 2009

"Um livro de outro mundo!"

ficção de polpa volume 2

Ficção de Polpa – Volume 2 é a segunda edição da coletânea que, inspirada nas antigas pulp magazines do início do século XX, reúne contos de ficção especulativa de novos autores, em sua maioria. Com organização de Samir Machado de Machado, Ficção de Polpa teve sua primeira edição lançada em 2007. Enquanto no Volume 1 os contos presentes se aproximaram mais do horror, com narrativas tensas e viscerais, o Volume 2 é mais dedicado à Ficção Científica. Nesta edição, paira no ar a crescente solidão e “uma certa melancolia”.

A citação de Bradbury, logo no início do livro, só poderia ser um feliz prenúncio. Características do universo ficcional do autor americano surgem com frequência em diversos contos da coletânea, alguns em maior dosagem que em outros, ao passo que falam de ausência, saudade e memória, da não-linearidade do tempo.

Impossível não lembrar de A Hora Zero, conto da década de 40 de Bradbury. Se em A Hora Zero, os alienígenas invadem a terra com a ajuda de astutas e bem organizadas criancinhas, em Visitas a presença alienígena surge por intermédio de um walktalk paraguaio, presente que Rafael ganha do pai na véspera de seu aniversário de 8 anos. Embora se passe o interior do Rio Grande do Sul, o cenário de desolação que é o quintal da casa de Rafael, com mesas de plástico sobre a grama molhada, cairia muito bem nas pequenas cidades que povoaram a infância de Bradbury em Illinois.

Olhar para o passado sempre acaba por trazer um tanto de melancolia. Em Traz outro amigo também, de Yves Robert, um detetive aceita um caso dificílimo: encontrar o amigo imaginário, desaparecido há anos, de um cliente de sanidade duvidosa. Pois bem: não haveria curiosa semelhança entre a saga deste detetive, tendo que interrogar um punhado de “miúdos” e interagir imaginariamente com seus respectivos amigos invisíveis a fim de encontrar Cornélios, o desaparecido, e as aventuras de Charlie e o Coronel Stonesteel em A autêntica múmia egípcia feita em casa, de Bradbury? Não seriam a solidão e o marasmo do pacato detetive idênticos ao clima de vazio que reinava em Green Town antes das aventuras arqueológicas que a dupla de Bradbury simulou justamente para a arrancar a vida da “ociosidade mórbida” na “cidade mais comum, ordinária, medíocre e chata de toda a eterna história dos impérios”? As duas histórias, enfim, parecem trazer uma centelha de salvação.

Mas nem só de vespertina melancolia é feito o Ficção de Polpa 2. Em Cura-te a ti mesmo, de Carlos Orsi, um jovem recém formado em medicina começa seu estágio num curioso centro de pesquisa sobre cura mediúnica. Depois que o diretor lhe apresenta as recentes descobertas, o jovem lamenta não ter respondido com sinceridade a pergunta que lhe foi dirigida logo no início sobre sua convicção religiosa. Logo o ex-seminarista se confronta com suas próprias crenças e dúvidas, levando-o a tomar medidas precipitadas. O formato conto funciona muito bem nas mãos do veterano Orsi e a temática científica-esotérica é trabalhada de maneira bastante criativa.

Outros contos poderiam ser largamente abordados por aqui, mas não sem arcar com a ira dos leitores que não conseguiriam terminar este texto enquanto enganam o chefe no trabalho. Portanto, finalizo dizendo que o Ficção de Polpa – Volume 2 é promessa de textos divertidos e de qualidade. E a Não Editora parece ser um “sinal de inteligência vindo de um longínquo sistema solar”.

Quebre o cofrinho e adquira o livro clicando aqui.


CARA CAROLINA ,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas pelo
Unicentro Belas Artes

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Woyzeck

Büchner não é muito conhecido aqui no Brasil. Autor alemão da primeira metade do século XIX, ele escreveu peças de teor "realista" e "social", além de estar sempre envolvido em ações revolucionárias. Apesar de sua obra ter demorado para ser reconhecida, foi extremamente influente. Entre seus admiradores estão Brecht e Orson Welles.

Woyzeck é uma das suas peças mais comentadas. É sua última obra e não foi terminada. Ela conta a história de Woyzeck, um soldado muito pobre, que é submetido a uma experiência: ele é obrigado a se alimentar apenas de ervilhas enquanto tem que prestar uma série de serviços. Isso afeta profundamente a mente do soldado.

Encenação de Woyzeck, dirigida por Larry Zappia (Foto:Drazen Sokcevic)

Em uma das cenas da peça, algumas crianças estão numa rua e pedem para a avó contar uma história. A história que ela conta me chamou a atenção e eu decidi traduzir e colocar aqui no blog. Aqui está:

Avó:
Venham rapazinhos! Era uma vez uma criança pobre e ela não tinha pai nem mãe, todos estavam mortos e não tinha mais ninguém no mundo. Todos estavam mortos e ela andou e procurou dia e noite. E, uma vez que não tinha mais ninguém na terra, ela foi para o céu e a lua olhou para ela tão amigavelmente e quando ela finalmente chegou na lua, a lua era um pedaço de madeira podre. E então ela foi para o sol e, quando ela chegou no sol, ele era um girassol murcho. E quando ela foi para as estrelas, elas eram umas moscas douradas pequenas, que estavam espetadas, como o esmerilhão as espeta nas ameixas. E quando ela foi de novo para a terra, a terra era um vaso destruído. E ela estava completamente sozinha. E lá ela se sentou e chorou, e lá ela está sentada e está chorando ainda.


Mais sobre Büchner: http://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Büchner

Lista de traduções de suas peças para o português (e também de outros autores alemães): http://volobuef.tripod.com/bibliotrad_teatro.htm

Mais fotografias da encenação dirigida por Larry Zappia: http://laryzappia.tripod.com/id15.html


TADEU COSTA ANDRADE,
é estudante do curso de
Letras na FFLCH - USP

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Areia nos Dentes

areia nos dentes

Areia nos Dentes, primeiro romance do porto alegrense Antônio Xerxenesky, nos foi dado de presente numa noite chuvosa do mês de agosto, devidamente autografado por seu autor. Aqueles que tiveram a oportunidade de ver um livro autografado por Antônio já se depararam com sugestivos desenhos: o meu exemplar vem com um polvo sorridente denominado “Cthulhu feliz”, para que não houvessem dúvidas de sua procedência.

Levei para casa, como promessa, um livro de faroeste com zumbis. Weird Western com experimentações pós-modernas e fanfarronices metalinguísticas. Um pastiche que não faz você rolar de rir, mas deixa no ar um clima de absurdo. Ok, o livro não ficou a dever nenhum destes elementos. Mas se olharem a fundo, com atenção, sem piscar uma só vez, vão notar que Areia nos Dentes é uma história sobre o porão dos Marlowes.

Martin Ramirez, o filho bom e corajoso do clã dos Ramirez, arrisca sua vida numa noite trêmula tentando descobrir o que raios havia no porão dos Marlowes. Uma bala súbita, vinda só Deus sabe de onde, quase o atinge. Martin foge, corre pelas areias de Mavrak, chega são e salvo em casa. Na manhã seguinte, é encontrado morto com uma bala cravejada nos intestinos. Assim começa a história contada por um filosófico senhor mexicano chamado Juan, a história de seus antepassados.

O livro segue alternando hora para o velho mexicano, seus copos de tequila e sua inquietação diante da distancia afetiva do filho, hora para a história dos Ramirez e dos Marlowes, envolvendo intrigas e duelos em Mavrak, mulheres desinibidas, um xerife forasteiro e alguns mortos-vivos. Assim como Juan, o leitor percebe não se tratar apenas de um faroeste excêntrico, e sim uma história sobre pais e filhos. Sobre o medo do novo (as terríveis metralhadoras que habitariam o porão dos Marlowes ou o computador que corrompe parte do texto de Juan com um vírus?) e o medo na noite.

Ficamos sem saber o que há de tão misterioso no indevido porão, assim como não sabemos quem atirou em Martin e nem com quantos homens Vienna dormiu enquanto seu namorado estava viajando. Um pacto foi quebrado: aquele que, em letras miúdas, obriga o narrador a não deixar pontos sem nó e, ao final da história, colocar tudo em pratos limpos. O porão dos Marlowes permanece escuro como a noite, para que os leitores possam “preenchê-lo com os recantos mais escuros de suas próprias almas".

Saiba como adquirir o livro aqui.

CARA CAROLINA ,
é webdesigner e estudante
de Artes Plásticas pelo
Unicentro Belas Artes